Declaração do Comitê Organizativo Central do Partido Comunista do Quênia [CPK] sobre os golpes recentes e o impacto danoso do imperialismo em África

Por Partido Comunista do Quênia, via Communist Party of Kenya, traduzido por Natalie Maria

2 de agosto de 2023,

Camaradas e companheiros Africanos,

O Comitê Organizativo Central do Partido Comunista do Quênia publica essa declaração crítica em resposta aos recentes golpes que se desdobram em África e à ameaça traiçoeira representada pelos esforços imperialistas à soberania de nossas nações.

Firmemente entendemos a realidade histórica, da qual a desestabilização africana se intensificou após a enganosa conquista de sua independência, onde Estados neocoloniais surgiram, com opressores negros agindo como substitutos dos ex-colonizadores. A África Ocidental, em particular, tem carregado o peso deste legado.

Como revolucionários, nós entendemos que nem todos os golpes são iguais. Nós distinguimos entre golpes progressistas, dirigidos pelo genuíno apoio popular genuíno, que buscam destruir os corruptos regimes fantoches envolvidos com os poderes Ocidentais, e golpes reacionários, que são impulsionados e sustentados por interferências estrangeiras para servir interesses velados.

É com extrema frustração que testemunhamos a postura hipócrita das potências ocidentais. Eles endossam seletivamente golpes alinhados aos seus interesses, enquanto condenam aqueles que desafiam sua hegemonia. Denunciamos esta arrogância e apelamos para que o Ocidente respeite a soberania das nações africanas, permitindo-nos abordar os nossos problemas internos de forma independente.

Os recentes golpes expuseram a arraigada influência do imperialismo dos EUA, estendendo seus tentáculos a organizações da região como a CEDEAO [Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental]. Tal influência manipula narrativas para servir ao domínio ocidental, em vez de genuinamente proteger a democracia e a justiça.

Somos solidários com os países que estão vivenciando golpes progressistas, como Mali, Burkina Faso e Níger, onde o povo se levanta contra a opressão, a corrupção e a exploração econômica. Saudamos os corajosos esforços para recuperar a riqueza de nossas nações em benefício de todos os cidadãos. Convocamos a todos os partidos comunistas e forças progressistas de seus respectivos países a aproveitar o momento e formar alianças táticas para derrotar os fantoches do Ocidente, expropriá-los e iniciar a mais difícil tarefa de construir uma economia a favor do povo.

Denunciemos também os golpes reacionários orquestrados pelos frontes ocidentais em países como Chade, Líbia e as ora infames revoluções coloridas. Esses golpes perpetuam a instabilidade, perturbam a paz e minam as aspirações de nosso povo.

Condenamos veementemente a presença de bases militares estrangeiras em nosso continente, pois representam uma grave ameaça à soberania africana e minam nossa autodeterminação. Essas bases servem como instrumentos de controle imperialista, permitindo que potências estrangeiras exerçam sua influência, explorem nossos recursos e interfiram em nossos assuntos internos. Eles perpetuam uma agenda neocolonial, impedindo nosso progresso rumo à verdadeira independência e perpetuando um ciclo de instabilidade e conflito.

O estabelecimento dessas bases militares aprofunda ainda mais as feridas históricas da colonização e reforça o opressivo domínio das potências estrangeiras em nosso continente. Como Comitê Organizativo Central do Partido Comunista do Quênia, pedimos o desmanche imediato de todas as bases militares estrangeiras em África, afirmando nosso direito de traçar nosso próprio caminho em direção à paz, justiça e soberania. Juntos, erguemo-nos como um para proteger a dignidade e a liberdade de nossas nações da intrusão militar estrangeira.

Esta realidade nos obriga a estar vigilantes. Durante tempos de insurreição governamental, o poder muitas vezes fica com as forças mais organizadas. Devemos reconhecer que os interesses do povo são melhor atendidos quando as forças revolucionárias, como nosso partido, intensificam seus esforços organizativos para salvaguardar o futuro de nossas nações.

Convocamos as forças revolucionárias em toda a África para unir e fortalecer nossas fileiras, reconhecendo que as massas são a vanguarda da mudança. A ausência de paz na região do Sahel é um flagrante lembrete dos esforços imperialistas que continuam a minar a paz e a justiça em nosso amado continente.

Concluindo, o Comitê Organizativo Central do Partido Comunista do Quênia reafirma nosso compromisso inabalável com os princípios de paz, justiça e soberania na África. Intensifiquemos nossos esforços organizativos, permanecendo resolutos contra o imperialismo e forjando uma frente unida para alcançar a libertação e a prosperidade que nosso povo merece.

Viva a África!

Viva a África livre e liberta!

Viva a luta por justiça e libertação!

Viva a África Socialista!

Solidariedade sempre!

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