Se navegares nas redes, camarada

Por Partido Comunista Português (PCP), transcrito por Primitivo

“As redes são mais um palco da luta de classes e, como tal, os comunistas não
podem deixar de ali intervir.

Tendo naturalmente em conta que é no contato direto, na rua e nos locais de
trabalho que a nossa prioridade de intervenção reside, que é aí que se libertam as energias individuais, mas sobretudo coletivas, para a transformação.”

A intervenção nas redes com a importância concreta que assume deve levar em conta as limitações a elas associadas – desde logo o fato de serem detidas por grupos econômicos, com tudo o que isso significa de proliferação e difusão da ideologia dominante e da capacidade comprovada de condicionar e mesmo censurar conteúdos e fechar contas.

Decidiu-se reunir algumas orientações de intervenção dos comunistas nestes espaços, porque neles, como em tudo na vida, a intervenção será tanto mais eficaz, quanto mais organizada. Pretende-se, assim, reunir um conjunto de sugestões para a ação, em que a tua contribuição individual, sensibilidade, criatividade, inteligência e sentido de humor serão sempre tópicos que acrescentam e fazem falta e que aqui, por razões óbvias, não podem ser refletidos. Contamos com eles, assim como esperamos que possas levar em consideraqäo as seguintes ideias:

1. É crucial seguir as contas do PCP (Facebook, twitter, instagram, youtube) e inscrever-se no Whatsapp;

2. É importante compartilhar, difundir e fazer chegar mais longe os conteúdos das páginas do Partido; é útil que a divulgação das posições do Partido possa ser feita em registo público para que possa ser compartilhada por terceiros;

3. Sobre qualquer questäo política, será útil, procurar primeiro saber se o Partido tem posição pública sobre ela, antes de avançar opiniões;

4. A propaganda do Partido não é um dogma, é um instrumento. Não deve ser encarada como fim de conversa mas apoio para tal. Por isso é importante que, sempre que possa, ao compartilhar propaganda do Partido contextualiza-a para quem a vai receber (pode ser uma frase breve, um acréscimo que faz a ponte com a realidade de quem a vai receber) – inclusivamente ajuda nas qualificações dos algoritmos pois transmite humanização e não mero compartilhamento mecânico, ou seja contribui para uma maior difusão desses conteúdos;

5. É útil privilegiar a difusão das posições do PCP a partir de publicações/posições do Partido e não de notícias sobre elas (nem sempre as notícias são isentas e rigorosas sobre a proposta e posição do PCP);

6. Lembra-te, as redes são um espaço público como o café, o bairro e o local de trabalho, o que pressupõe da parte de qualquer comunista:

a) procurar que os comentários nas páginas do partido sejam positivas e pedagógicas, não alimentando provocações nem discursos de ódio;
b) ter sensibilidade para ouvir os outros, em particular a crítica. É fundamental distinguir crítica de ataque ou mero ódio anticomunista;
c) evitar ao máximo posturas arrogantes ou paternalistas. Um comunista procura aprender com os outros;
d) procurar debater, esclarecer os outros, desde logo com as pessoas com quem temos relação pessoal;
e) manter a elevação no debate e o respeito pelo outro;
f) ter uma conduta que não contribua para dividir trabalhadores;
g) tanto quanto for possível, tentar perceber (perfis com poucos amigos, poucas publicações, etc.) se quem nos interpela são perfis reais de pessoas reais ou se são trolls ou perfis falsos plantados para que ideias tenham palco, para nos fazer perder tempo, perder as estribeiras e dar a ideia que são muitos. Muitos destes perfis falsos são criados a partir de centros organizados que existem para inundar a internet e determinar os conteúdos dos debates nas redes sociais, alimentar debate, é dar-lhes o espaço que pretendem;

7. Procura estar e intervir de forma descomplexada e com audácia nos grupos (de facebook e whatsapp) da tua terra, freguesia, bairro, coletividade, local de trabalho ou setor profissional;

8. Nesses grupos procurar partilhar, com sensibilidade e sem sectarismo as posições do partido filtrando as matérias de interesse para aquele grupo de pessoas, e perceber a melhor forma de as introduzir em cada momento (haverá casos em que é eficaz partilhar a publicação do Partido, noutros casos pode ser mais útil partilhar a notícia do “abrilabril” (não confundir com a ressalva feita noponto 5), ou fazer a afirmação da proposta/posição em nome próprio;

9. Poderá haver ocasiões em que não estejas absolutamente de acordo com tal posição do Partido, ou em relação à qual tenhas alguma dúvida. É normal que assim aconteça. O espaço de discussão é, nestas como em todas as ocasiões, a tua organização e não o espaço público;

10. A discordância de outros face a esta ou aquela posição Partido não deve ser assumida como um distanciamento definitivo ou rendição à ideologia dominante. Discordâncias pontuais que alguns tenham não devem significar a sua hostilização: essa conduta estreita o nosso campo de atuação, abandona largos sectores a forças reacionárias e cria dinâmicas de acantonamento;

11. Não se deve promover a atividade de outros partidos, as suas publicações ou posicionamentos mesmo quando aparentemente anódinos ou “despolitizados”.

Bom trabalho!

pcp.pt
DEP/PCP Out 2020

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